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Adeus à Terra Natal

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Adeus à Terra Natal Partimos com o coração a sangrar, Deixando o lar que o vento há de levar, Cruzamos mares onde o céu desaba, Levando sonhos que o tempo há de guiar. A Itália, mãe que em prantos vê partir, Seus filhos, almas que vão peregrinar, Nas terras longes onde o sol se acaba, Buscando um novo céu para existir. Mas cada passo dói em nosso peito, O chão que outrora foi berço e calor, Agora é só saudade e lamento. Tornamos fé o que era desalento, E na esperança cultivamos o amor, Na fé que o futuro trará alento. estilo Shakespeariano, Rimas CDCD dr. luiz carlos piazzetta

Saudade e Superação: A Vida em Silveira Martins

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Saudade e Superação:  A Vida em Silveira Martins No horizonte distante, a dor se alinha, Cruzando o mar, buscamos nova sorte, Deixando a pátria, a vida já se esguinha, Entre a saudade e o medo de uma morte. A terra nova traz promessas tantas, Silveira Martins, destino tão fiel, Mas o coração em dor, já se adianta, Saudoso lar, onde o céu é mais azul. Nos campos vastos, mãos que se entrelaçam, Na luta dura, sem um só lamento, Mas dentro do peito as mágoas se enlaçam, E a alma chora o lar em pensamento. O arado corta a terra em linhas frias, Lavrando sonhos que plantamos aqui, Cada sulco, uma lembrança que esfria, Dos tempos idos que deixamos ali. As noites longas, frias como a morte, Trazem consigo a dor de um tempo ido, Mas em Silveira, a alma busca a sorte, De um novo lar, num solo tão querido. Os dias seguem, lentos, na promessa, De um futuro que insiste em ser melhor, E cada lágrima, em dor que não cessa, É um passo a mais, um fruto redentor. Entre os pinheiros, ecoam as canções...

A Emigração Veneta para o Brasil

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  A Emigração Veneta para o Brasil Do Veneto partiram em tormento, Com fome e medo a guiar seus pés, Na nova terra, um novo sentimento, Deixaram sonhos, pátria e sua fé. A Sereníssima, um sonho findo, A glória antiga, sombra a esmorecer, Cesco Bepi trouxe dias de cilício, E os Savoias, fome a nos vencer. O campo vasto, a terra dividida, A dura vida em mezadria cruel, Nas mãos dos grandes, sempre repartida, A labuta ardia como fel. Com o Império austro tudo se esvaiu, E os campos secos pedem por suor, Nas vilas, o vazio então surgiu, Apenas ecos de um passado em dor. Padres falavam sobre a emigração, Na missa, o incentivo era um clamor, Para evitar a guerra e destruição, A saída, buscar novo labor. As famílias unidas, em procissão, Deixaram seus lares com destino incerto, Na América, sonhavam redenção, Uma nova vida, um futuro aberto. No Brasil encontraram vastidão, Florestas densas e rios sem fim, A saudade era dor e perdição, Mas a esperança fez raiz enfim. Em Caxias e outras colô...

Fé nos Confins do Sul

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Fé nos Confins do Sul Nos campos vastos, onde a fé plantada, Tocou os céus do sul, terras sem fim, O emigrante em prece ajoelhada, Buscava em Deus o seu destino enfim. Nos lares simples, ergue-se a esperança, Num crucifixo em meio à escuridão, Cada família, em dores e lembrança, Guardava a fé em sua devoção. E mesmo longe de seus sacerdotes, Nos confins verdes, florestas sem par, Em cada canto, em preces e em votos, O coração de um povo a pulsar. Os dias duros, fome, solidão, Na ausência do pastor, a cruz amada, Era o consolo, a força, a oração, Que conduzia a vida abençoada. Nas madrugadas frias, orações, Clamavam por um dia que viria, A benção de Deus, nas procissões, Em cada olhar, a fé se revestia. E assim a crença fez-se a fortaleza, No peito dos que aqui foram plantar, A nova vida, em solo, natureza, Com a esperança em Deus a os guiar. A religiosidade era o alento, No seio das famílias, era luz, O santo na parede, um firmamento, O terço nas mãos, caminho e cruz. Sem sacerdote, o ...

Os Sonhos dos Emigrantes

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  Os Sonhos dos Emigrantes Navegam, na esperança, os corações, Longe da terra amada, em busca de alento, Rumo ao Brasil, que guarda em ilusões, Oásis de promessas, doce vento. No peito, a dor da Itália que se vai, O solo fértil deixa-se pra trás, Mas a esperança nasce e logo atrai, Um novo lar que o tempo nunca traz. Nos olhos, brilham sonhos de futuro, Terra que acolhe com calor e paz, Mas o caminho é longo e, mesmo escuro, Carrega em si a fé que nunca jaz. O verde das colinas, lá distante, Ainda vive em cada pensamento, Mas o Brasil, com voz tão retumbante, Promete aos bravos mais contentamento. As mãos calejadas pelo arado, Já sonham com a terra generosa, Onde o suor será logo abençoado, E a colheita será esplendorosa. Os filhos, herdeiros dessa nova vida, Crescerão livres, fortes como o mar, E a saudade, que fere e nunca finda, Será lembrança que se há de amar. Nos céus do sul, o sol brilha imponente, Guiando os passos de quem se atreveu, A deixar tudo, a pátria e a semente, Pa...

O Sonho de um Novo Mundo

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O Sonho de um Novo Mundo Na sombra fria da Itália distante, Sonhava o povo com terras de luz, Deixando atrás a vida sufocante, Em busca do Brasil, novo capuz. Cruzaram mares com fé e esperança, Levando no olhar o brilho intenso, Ouvindo o vento em suave dança, Que os guiava ao futuro imenso. O chão gaúcho, selvagem e duro, Os recebeu com seu abraço hostil, Mas cada semente, em gesto seguro, Germinou vida em solo sutil. Sob o céu vasto, ergueram seu lar, Com mãos calejadas e olhar de aço, Replantaram sonhos, buscando plantar, Em cada nova jornada um traço. O pinheiro altivo, guardião fiel, Abençoava os campos que abriam, Enquanto o suor, em gesto cruel, Fazia brotar os frutos que pediam. A saudade em noites frias soprou, Das colinas de mármore e sol de ouro, Mas a nova vida, em brasa, chamou, Os corações ao trabalho louro. Cada casa erguida, cada pão quente, Era um canto de vitória e valentia, Pois no peito imigrante, de forma ardente, Pulsava forte a doce nostalgia. Em cada lágrima, em...

A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia

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A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia A emigração veneta, especialmente a partir de meados do século XIX, pode ser compreendida como uma forma de protesto silencioso, mas potente, contra as injustiças sociais, econômicas e políticas que afligiram essa região da Itália ao longo dos séculos. Para entender esse fenômeno, é fundamental contextualizar o povo veneto dentro da complexa história que se desenrolou após a queda da Sereníssima República de Veneza, uma entidade que, por mais de mil anos, havia garantido certa estabilidade e prosperidade ao seu povo. Com a invasão de Napoleão em 1796 e a subsequente anexação do Vêneto ao Império Austríaco, a vida dos venetos começou a mudar drasticamente. A antiga serenidade da República Veneziana foi substituída pela rigidez e austeridade do domínio austríaco, que, embora garantisse uma relativa segurança, não conseguia mais prover a mesma qualidade de vida. A frase popular "Com a Sereníssima almoçávamos e jantávamos; com Cesco Bepi almo...

Guardiãs de Memórias

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Guardiãs de Memórias Nas terras brutas, onde a selva chama, A mulher ergueu-se em meio à solidão, Com mãos cansadas, mas alma que inflama, Criou um lar, raiz de uma nação. No frio da serra, seu calor sustenta, Com fé e força, cada passo guia, Enquanto o vento da saudade aumenta, Ela semeia a história dia a dia. Seu rosto traz as marcas do passado, Cada ruga, um conto a revelar, De um tempo duro, mas tão abençoado, Onde a esperança soube prosperar. Nas fazendas de café, o sol queimava, E a mão gentil colhia com cuidado, Entre os grãos, seu sonho ali plantava, Futuro em terra nova, conquistado. Na mesa, pão, na alma a devoção, Das mãos que amassam nasce o alimento, E com a voz, a antiga oração, Ecoa em fé, um puro sentimento. Guardião de memórias, ela é o farol, Que guia os filhos nas noites escuras, Mantendo viva a chama, o arrebol, Nas tradições que são as suas juras. Em cada gesto, um legado sagrado, No abraço firme, o alento que salva, E no olhar, um futuro desenhado, Mulher imigrant...

Sotto il Cielo Gaucho: Il Viaggio Italiano

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Sotto il Cielo Gaucho: Il Viaggio Italiano Nelle pampas vaste, senza fine, Giunsero anime colme di speranza, Lasciarono patria, figli e confine, Cercando qui nuova alleanza. Nella densa serra, il freddo pungeva, La terra vergine, aspra all’aratro, Ma cuori ardenti, come notte breve, Portavano fede nel sogno ritrovato. Con mani callose coltivarono il suolo, E ogni lacrima caduta con fervore, Innaffiava il seme, in sacro asilo, Di una nuova vita, benedetto amore. Lingua straniera, peso dell’esilio, Rendevano ogni giorno una sfida, Ma l’amor per l’Italia, senza periglio, Nutria la lotta in chiara guida. Costruirono case, fondarono città, Con pietra, sudore, legno e dolore, E negli sguardi pieni di pietà, Cresceva la fiamma di eterno ardore. Sull'altare della terra, al sole ogni giorno, Si elevava la preghiera, puro sussurro, Ringraziando la vita, la gioia intorno, E sopportando l'inverno più duro. Caxias, Isabel, Conde d’Eu, terre, Dove il sangue italiano si versò, Progresso, cult...