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Exílio e Rebeldia

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Exílio e Rebeldia Nos campos onde a dor é sem abrigo, O vento sussurrava em tom dolente, A terra exausta clama por um trigo, Que a fome faz do homem penitente. As sombras dos senhores desalmados, Com mãos de ferro tomam nossa vida, E sob o céu de chumbo, amordaçados, Partimos na jornada indefinida. Os rios que cruzamos sem descanso, Levavam nossos sonhos pelo mar, A terra prometida, a luz no manso Horizonte onde o sol vem a brilhar. Calaram nossas vozes, mas na alma, A chama da justiça ainda ardia, E foi no exílio que encontramos a calma, Que o solo pátrio nunca mais trazia. Obedecer, jamais! Foi nosso lema, Nas terras distantes, ergueremos Um lar que nunca mais tema As chamas que em nós reviveremos. Por entre as vinhas de um futuro incerto, Plantamos esperança e fé no chão, E cada fruto, cada sonho aberto, Nos traz o alento e a renovação. Assim marchamos, destemidos seres, Fugindo do punhal que a vida corta, E enquanto os ventos levam os prazeres, Nós erguemos as mãos na nossa porta. ...

Decepção

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  Decepção Na noite escura, o coração suspira, Um eco frio de um sonho que morreu, A fé outrora viva se retira, E deixa em sombras tudo que foi meu. A flor que prometia eternidade, Despetalou-se ao vento sem aviso, E o que restou foi dor e a saudade, Num peito amargo, de ilusões conciso. O brilho falso de um olhar querido, Fez-se estilhaço em lágrima caída, E o riso, outrora doce e comovido, Agora é som de alma destemida. O tempo, sábio mestre e cruel, Mostrou que a fé pode ser enganosa, E a decepção, em tom de amarga fel, Transmuta a vida em senda dolorosa. Caminhos falsos, promessas desfeitas, E o amor, outrora fonte de esperança, Mostrou-se treva em ruas tão estreitas, Levando ao abismo a doce confiança. Na quebra do encanto, a alma clama, Buscando alento em meio à escuridão, Mas só encontra o peso de quem ama, E carrega em si a dor da traição. O horizonte, antes pleno e brilhante, Agora é nevoeiro e tempestade, E a voz do ser, em tom agonizante, Lamenta o fim de toda a claridad...

O Poema Infindo da Chuva

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  O Poema Infindo da Chuva Sob o manto celeste, a chuva se revela, Poesia líquida, dança que o céu propela. Gotas, como versos, caem com suavidade, Um poema em cada toque, na eternidade. Nuvens pintam quadros no vasto horizonte, A chuva, pintora divina, em sua fonte. Rios celestiais fluem, acariciando a terra, Cantando estrofes fluidas, uma canção que encerra. No compasso ritmado, a chuva sussurra, Melodia serena, que à natureza murmura. Cada gota, um verso, rimando com o chão, Poema líquido, em perfeita comunhão. Reflexos nas poças, espelham o encanto, Versos se formam no íntimo desse pranto. Em cada rua, pegadas se misturam, À poesia que a chuva, em sua dança, murmura. O telhado, testemunha da chuva a bailar, A sinfonia das gotas, a se desenrolar. Cada janela é quadro, onde lágrimas escorrem, E o poema da chuva, em silêncio, socorre. Gotas beijam folhas, flores em transe, Criando versos doces, em um doce romance. A terra, em sua nudez, recebe a carícia, A chuva, poeta efêmera, de...