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Mostrando postagens de setembro 1, 2024

Nos Campos do Café: O Sonho Amargo

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  Nos Campos do Café: O Sonho Amargo Nas terras que prometeram riqueza, Onde o sol devora as almas cansadas, O imigrante, em dura e cruel dureza, Luta em vão contra promessas falhadas. Em meio ao café, o suor escorre, O trabalho é pesado e sem alívio, A esperança aos poucos já morre, E o contrato é como um grilhão cativo. As casas velhas, mal se sustentam, Abrigos de tristeza e solidão, Os sonhos que antes alimentam, Hoje se afogam na decepção. O campo vasto, uma prisão aberta, Onde o futuro se desfaz no ar, E a vida que parece tão deserta, É só um fardo difícil de carregar. O pão que chega é caro demais, A fome ronda, implacável e fria, Os dias longos são sempre iguais, A liberdade é uma distante utopia. A terra prometida, um engano cruel, Que suga o suor, mas não dá retorno, O sonho de um lote de terra fiel, Se torna cada vez mais um contorno. A saudade da Itália, constante dor, Nos corações que não têm mais voz, O contrato prende com todo vigor, E a esperança já não brilha entre nós

Il Ritorno che Non Giunse Mai

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Il Ritorno che Non Giunse Mai Sulle terre lontane cercaron rifugio, Sognando di tornare presto al focolare, Ma il destino, nemico implacabile e ambiguo, Fece silenzio dove il cuore voleva gridare. Il sud li accolse con nuove pene, Tra fitte foreste e fiumi senza fine, Lacrime annaffiaron i loro amori, Che nell’Italia lontana rimasero infine. Il tempo passò, il sogno appassì, Su ogni volto, la nostalgia è custode, E il verde delle colline si spense, Nella terra straniera, l’anima si rode. Le mani callose senza riposo, Erigettero case in suolo ostile, Ma il desiderio nel petto rimane vivo, Di rivedere l’Italia, il suolo infantile. Ai figli raccontavano storie di un tempo, Di campi fioriti e sole splendente, Ma il ritorno atteso si fa lento, E il peso della vita si fa costante. Il sole del sud scaldava la speranza, Ma la patria era un sogno distante, E il cuore, tra dolore e ricordo, Rimase sospeso in un tempo fluttuante. Il linguaggio, i modi, tutto cambiò, Ma l’anima continuava a sognar

Por que Tivemos que Emigrar

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  Por que Tivemos que Emigrar Na Itália, um passado em pedaços, Reinos fragmentados, línguas mil, Unidos, mas perdendo seus abraços, Na miséria, o pranto é sempre hostil. No campo, a esperança já se esvai, Colheitas falham, o pão é escasso, O suor na terra não satisfaz, A pobreza nos cerca com seu laço. De Treviso, partimos com temor, Sonhando um Brasil de sol e paz, Mas o oceano traz a dor maior, E o futuro, incerto, ainda jaz. Os filhos, pequenos, no peito o ardor, Deixando o lar, a terra e a raiz, Buscando no Sul um novo labor, Onde a vida, quem sabe, se refaz. As montanhas nos acenam distantes, A saudade aperta o coração, Mas seguimos, esperançosos, errantes, Cruzando mares, sem volta ou perdão. Na Colônia, os primeiros passos, Com a enxada, o sonho vai surgindo, Aos poucos, vencemos os fracassos, Mas o coração segue insistindo. A Itália em nós é memória viva, No sangue corre a antiga paixão, Mas a terra nova nos cativa, É preciso crer na redenção. O inverno é rigor, o verão, ardor

Il Sogno di un Nuovo Mondo

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Il Sogno di un Nuovo Mondo Nelle nebbie d’Italia, terre lontane, Sognava il popolo una vita nuova, Lasciando dietro colline insane, Verso il Brasile che speranza trova. Attraversarono mari di tormento, Portando negli occhi fede ardente, Sentendo il vento che, in ogni momento, Li guidava a un destino lucente. Il suolo del sud, selvaggio e aspro, Li accolse con braccia di dura terra, Ma ogni seme piantato nel nostro, Germinò forza, che ogni sfida afferra. Sotto il cielo vasto, alzavano il loro, Con mani ferite, sguardi d’acciaio, Trapiantando sogni con ardore puro, Radicandosi in ogni passo sazio. Il pino fiero, guardiano muto, Benediceva campi che si aprivano, Mentre il sudore, in gesto astuto, Faceva germogliare i frutti che volevano. La nostalgia, nelle notti fredde, Soffiava da colline e sole dorato, Ma la nuova vita, con voce calda, Chiamava le mani al futuro sognato. Ogni casa costruita, ogni pane cotto, Era un canto di vittoria e forza, Perché nel petto di chi è dotto, Risiedeva l

O Sonho de um Novo Mundo

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O Sonho de um Novo Mundo Na sombra fria da Itália distante, Sonhava o povo com terras de luz, Deixando atrás a vida sufocante, Em busca do Brasil, novo capuz. Cruzaram mares com fé e esperança, Levando no olhar o brilho intenso, Ouvindo o vento em suave dança, Que os guiava ao futuro imenso. O chão gaúcho, selvagem e duro, Os recebeu com seu abraço hostil, Mas cada semente, em gesto seguro, Germinou vida em solo sutil. Sob o céu vasto, ergueram seu lar, Com mãos calejadas e olhar de aço, Replantaram sonhos, buscando plantar, Em cada nova jornada um traço. O pinheiro altivo, guardião fiel, Abençoava os campos que abriam, Enquanto o suor, em gesto cruel, Fazia brotar os frutos que pediam. A saudade em noites frias soprou, Das colinas de mármore e sol de ouro, Mas a nova vida, em brasa, chamou, Os corações ao trabalho louro. Cada casa erguida, cada pão quente, Era um canto de vitória e valentia, Pois no peito imigrante, de forma ardente, Pulsava forte a doce nostalgia. Em cada lágrima, em

O Retorno que Nunca Veio

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O Retorno que Nunca Veio Na terra além-mar, buscaram abrigo, Sonhando em breve ao lar poder voltar, Mas o destino, implacável inimigo, Fez-se silêncio onde o coração quis chorar. O sul os acolheu com novas dores, Entre matas densas, rios sem fim, Lágrimas regaram seus amores, Que na Itália distante ficaram enfim. O tempo passou, o sonho murchou, Em cada rosto, a saudade é guardiã, E o verde das colinas se apagou, Na terra estranha, a alma se afana. As mãos calejadas sem repouso, Ergueram lares em solo hostil, Mas o desejo, no peito, é retumboso, De ver a Itália, o solo juvenil. Aos filhos contavam histórias de outrora, De campos floridos e sol radiante, Mas o retorno esperado demora, E o peso da vida se faz constante. O sol do sul banhava a esperança, Mas a pátria era um sonho distante, E o coração, em dor e lembrança, Ficou preso num tempo flutuante. O idioma, o jeito, tudo mudou, Mas a alma insistia em sonhar, Que o barco um dia os levaria, Para os braços da pátria a abraçar. Passara

A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia

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A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia A emigração veneta, especialmente a partir de meados do século XIX, pode ser compreendida como uma forma de protesto silencioso, mas potente, contra as injustiças sociais, econômicas e políticas que afligiram essa região da Itália ao longo dos séculos. Para entender esse fenômeno, é fundamental contextualizar o povo veneto dentro da complexa história que se desenrolou após a queda da Sereníssima República de Veneza, uma entidade que, por mais de mil anos, havia garantido certa estabilidade e prosperidade ao seu povo. Com a invasão de Napoleão em 1796 e a subsequente anexação do Vêneto ao Império Austríaco, a vida dos venetos começou a mudar drasticamente. A antiga serenidade da República Veneziana foi substituída pela rigidez e austeridade do domínio austríaco, que, embora garantisse uma relativa segurança, não conseguia mais prover a mesma qualidade de vida. A frase popular "Com a Sereníssima almoçávamos e jantávamos; com Cesco Bepi almo