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Mostrando postagens com o rótulo Emigração

A Partida do Porto de Gênova

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  A Partida do Porto de Gênova No porto, o mar sussurra a despedida, Enquanto o céu se veste de saudade, Partem os sonhos, almas divididas, Buscando em terras novas liberdade. O barco leva a esperança ao vento, Deixando atrás a pátria, o chão querido, Nos olhos brilha o misto de lamento, E a fé no peito, o coração ferido. As águas seguem rumo ao infinito, O horizonte chama, mesmo incerto, Mas cada passo ao longe é um grito, De quem deixou na Itália o peito aberto. E ao cruzar o Atlântico, o destino, Sabe que o novo mundo é o seu caminho.

Fé nos Confins do Sul

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Fé nos Confins do Sul Nos campos vastos, onde a fé plantada, Tocou os céus do sul, terras sem fim, O emigrante em prece ajoelhada, Buscava em Deus o seu destino enfim. Nos lares simples, ergue-se a esperança, Num crucifixo em meio à escuridão, Cada família, em dores e lembrança, Guardava a fé em sua devoção. E mesmo longe de seus sacerdotes, Nos confins verdes, florestas sem par, Em cada canto, em preces e em votos, O coração de um povo a pulsar. Os dias duros, fome, solidão, Na ausência do pastor, a cruz amada, Era o consolo, a força, a oração, Que conduzia a vida abençoada. Nas madrugadas frias, orações, Clamavam por um dia que viria, A benção de Deus, nas procissões, Em cada olhar, a fé se revestia. E assim a crença fez-se a fortaleza, No peito dos que aqui foram plantar, A nova vida, em solo, natureza, Com a esperança em Deus a os guiar. A religiosidade era o alento, No seio das famílias, era luz, O santo na parede, um firmamento, O terço nas mãos, caminho e cruz. Sem sacerdote, o ...

Por que Tivemos que Emigrar

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  Por que Tivemos que Emigrar Na Itália, um passado em pedaços, Reinos fragmentados, línguas mil, Unidos, mas perdendo seus abraços, Na miséria, o pranto é sempre hostil. No campo, a esperança já se esvai, Colheitas falham, o pão é escasso, O suor na terra não satisfaz, A pobreza nos cerca com seu laço. De Treviso, partimos com temor, Sonhando um Brasil de sol e paz, Mas o oceano traz a dor maior, E o futuro, incerto, ainda jaz. Os filhos, pequenos, no peito o ardor, Deixando o lar, a terra e a raiz, Buscando no Sul um novo labor, Onde a vida, quem sabe, se refaz. As montanhas nos acenam distantes, A saudade aperta o coração, Mas seguimos, esperançosos, errantes, Cruzando mares, sem volta ou perdão. Na Colônia, os primeiros passos, Com a enxada, o sonho vai surgindo, Aos poucos, vencemos os fracassos, Mas o coração segue insistindo. A Itália em nós é memória viva, No sangue corre a antiga paixão, Mas a terra nova nos cativa, É preciso crer na redenção. O inverno é rigor, o verão, a...

Os Italianos no Interior do Espírito Santo

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  Os Italianos no Interior do Espírito Santo Em terras italianas, o sofrer, a vida dura, fome, incerteza, unidos pela fé, sem esmorecer, buscavam no Brasil nova firmeza. Após a unificação, a dor, nos campos secos, sonhos desfeitos, contratos foram rumo promissor, para encontrar nos trópicos direitos. Partiram cheios de esperança e dor, nas velhas naves rumo ao mar sem fim, em busca de um futuro redentor, deixando para trás seu próprio jardim. Chegaram no Rio, porto acolhedor, início de uma nova trajetória, enfrentando desafios com fervor, escrevem nas colônias sua história. De navio a trem, canoa singela, até as fazendas, longe do mar, os imigrantes, a jornada bela, buscando no café o seu lugar. Substituindo a mão de obra escrava, com força e coragem, se entregaram, nos campos verdejantes, vida brava, os frutos do labor então brotaram. Trabalhavam de sol a sol, sem fim, a terra dura, o suor vertido, os dias longos, noites sem jardim, em busca de um futuro garantido. Quando os contr...

Os Italianos em Santa Catarina

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  Os Italianos em Santa Catarina Em terras da Itália, vida dura, Pequenos agricultores, artesão, Sonhando com a sorte, noite escura, No peito ardia a chama dos irmãos. A unificação trouxe só pesar, Os campos secos, sonhos desfeitos, Contratos prometiam novo lar, Destinos tropicais, corações eleitos. Partiram com esperança e muita dor, Nas velhas embarcações cruzam o mar, Buscando novo rumo, com ardor, Deixando para trás o seu pesar. Chegaram no Rio, acolhedor, Início de aventura e paz, Enfrentam desafios com valor, Escrevem a cultura, alma e paz. Do Rio ao Desterro, longa jornada, Em ondas, ventos, dias a fio, Com fé e mente firme, entrelaçada, Sonhando com os campos do Brasil. Substituem a mão escravizada, Com força e coragem, trabalhar, Nos verdes campos, vida suada, Frutos do suor conquistaram. Do sol ao alvorecer até noite, A terra dura e o suor vertido, Dias longos, vida com açoite, Buscando futuro merecido. Quando os contratos chegaram ao fim, Alguns voltaram à terra natal, M...

A Saga dos Imigrantes Italianos no Brasil

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A Saga dos Imigrantes Italianos no Brasil  Em terras longínquas, Itália querida, A fome e a miséria fazem doer, Decidem partir, buscar nova vida, Deixando pra trás tudo o que é ser. Despede-se a gente com dor no olhar, Família e amigos, adeus sem retorno, Lágrimas caem, saudade a marcar, No peito, amor, pranto e entorno. Em barcos antigos, sem rumo e fim, Cruzam o oceano em busca de paz, Lotados, precários, temor sem fim, A travessia em tormenta se faz. No ventre de ferro, escuro e frio, Sonhos se apertam, a dor se inflama, Corpos cansados, espírito vazio, A morte espreita, o medo reclama. A terra à vista, destino ao sul, O Brasil distante, esperança e dor, Realidade dura, cenário cruel, Colônia isolada, sem nenhum ardor. Desembarcam enfim, chão tão árido, Enfrentam a falta, o desespero, Sem médicos, padres e auxílio ávido, A fé se esvai, o sofrimento é fero. Doenças assolam corpos sofridos, Crianças, velhos, sem redenção, A morte presente, sonhos perdidos, O pranto constante, deso...

Odisseia em Terra Estrangeira

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  Odisseia em Terra Estrangeira Nos dias escuros, em terras distantes, com corações partidos e olhos cheios, buscamos abrigo em vales errantes, em prantos silentes, sonhos alheios. A nova pátria nos recebeu com firmeza, com braços de vento e pedras duras, e o sol se punha com grande destreza, enquanto os sonhos viravam estruturas. Mãos calejadas, de velhos e filhos, cavavam a terra com esperança, entre vinhedos e campos tranquilos, tentando encontrar na vida a dança. Suspiros noturnos sob céus sem fim, contam histórias de dores passadas, de vidas partidas, amores assim, nas sombras das novas jornadas. Com o eco distante dos montes natais, nas noites frias que nos envolviam, buscávamos estrelas em céus siderais, num mundo que nos desafia. As vozes de casa, em tons delicados, como cantos de sereias ao longe, mas a fé nos corações, braços alados, e em silêncio enfrentamos o horizonte. As crianças brincavam entre campos e flores, ignorando o passado de dor, seus sorrisos, como lâmpadas...

Sonhos de Terra e Saudade

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  Sonhos de Terra e Saudade Em terras distantes plantei raiz, Lembrando os queridos deixados lá, O peito apertado com cicatriz, O sonho distante, sem apagar. Minha mãe envelhece sem meu calor, Meu pai enfrenta o tempo implacável, Poucas notícias trazem seu sabor, Um vazio constante, quase insuportável. A vida era dura na velha Itália, Faltava o pão, esperança minguava, Mas no Brasil, com luta e batalha, O sonho perdido, enfim se encontrava. Hoje temos terras, nosso sustento, Campos férteis, frutos sempre fartos, Mesa cheia, alívio ao tormento, Lembranças antigas, menos pesados. A saudade é triste, companheira, Nas noites caladas, sussurra dor, Penso no vilarejo, vida inteira, Nos amigos perdidos, nosso amor. As vozes distantes, doces memórias, Ecoam suaves dentro de mim, Revivo momentos, nossas histórias, No fundo do peito, não têm fim. O mar de saudade que nos separava, Agora é um rio de lágrimas, O tempo curava, mas sempre ficava, A dor das lembranças, máximas. Queria rever os ro...

Destino Tra Due Mondi

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  Destino Tra Due Mondi Nel freddo inverno del mille ottocento ottantanove, Rinaldo Battista R. e Giuseppe G. il destino si muove. Una svolta inaspettata nei loro destini, Il Brasile risplende come nuovi giardini. La Società di Navigazione Generale Italiana, Toccò il cuore di Rinaldo e Giuseppe, l'anima, L'idea di una nuova vita oltre il mare, Sospesa dall'alto, un'incerta sospensione si appare. A Cantonata, nel cuore di Cremona antica, La nebbia avvolgeva la terra, non fiorente né magica. I campi di lino e grano offrivano poco, La speranza un filo, lungo e sottile, a stento provò. Costa Santa Caterina, il loro passato, Lasciarono dietro, un futuro più adatto, A Cantonata cercarono rifugio, Ma l'ombra del divieto era un duro giudizio. Con l'aiuto di Pierino, un raggio di luce, I passaggi per il Brasile, una nuova dedica, una nuova fuce. Nel gelido inverno finalmente partirono, Con la speranza in cuore, senza voltarsi, si muoverono. Nel mille ottocento novantuno,...