A Saga dos Imigrantes Italianos no Brasil



A Saga dos Imigrantes Italianos no Brasil 


Em terras longínquas, Itália querida,

A fome e a miséria fazem doer,

Decidem partir, buscar nova vida,

Deixando pra trás tudo o que é ser.


Despede-se a gente com dor no olhar,

Família e amigos, adeus sem retorno,

Lágrimas caem, saudade a marcar,

No peito, amor, pranto e entorno.


Em barcos antigos, sem rumo e fim,

Cruzam o oceano em busca de paz,

Lotados, precários, temor sem fim,

A travessia em tormenta se faz.


No ventre de ferro, escuro e frio,

Sonhos se apertam, a dor se inflama,

Corpos cansados, espírito vazio,

A morte espreita, o medo reclama.


A terra à vista, destino ao sul,

O Brasil distante, esperança e dor,

Realidade dura, cenário cruel,

Colônia isolada, sem nenhum ardor.


Desembarcam enfim, chão tão árido,

Enfrentam a falta, o desespero,

Sem médicos, padres e auxílio ávido,

A fé se esvai, o sofrimento é fero.


Doenças assolam corpos sofridos,

Crianças, velhos, sem redenção,

A morte presente, sonhos perdidos,

O pranto constante, desolação.


Mas em meio à dor, um fio de luz,

Olhares se erguem, fé renascente,

Resiliência cresce, força conduz,

Caminham firmes, passo valente.


Lutam com garra, erguer é preciso,

Mãos calejadas, trabalho e dor,

O campo trabalha, buscando o sorriso,

Do solo brota a vida em cor.


O tempo transforma, vilarejo cresce,

Casas se erguem, a vida floresce,

A dor inicial em força enobrece,

O sonho italiano ao sul resplandece.


Raízes profundas, tradições mantidas,

Cultura e fé, laços a formar,

A saga italiana, vidas unidas,

No solo gaúcho, histórias a guardar.


E assim se constrói com luta e esperança,

Um legado de fé, coragem e dor,

Em cada vitória, a alma balança,

De quem nunca cede ao desamor.


Hoje, os descendentes olham com orgulho,

A luta vencida, raízes profundas,

Do passado árduo, eterno arrulho,

No Brasil pujante, glórias fecundas.


Guardam na memória honra e lembrança,

De um povo que o mar ousou vencer,

Nas veias correntes de pura esperança,

No solo estrangeiro, souberam viver.


E o tempo, guardião de tantas histórias,

Registra a bravura, a força, a fé,

Dos imigrantes, memórias, vitórias,

De um povo que sempre se ergue de pé.