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Mostrando postagens com o rótulo Sofrimento

Fé nos Confins do Sul

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Fé nos Confins do Sul Nos campos vastos, onde a fé plantada, Tocou os céus do sul, terras sem fim, O emigrante em prece ajoelhada, Buscava em Deus o seu destino enfim. Nos lares simples, ergue-se a esperança, Num crucifixo em meio à escuridão, Cada família, em dores e lembrança, Guardava a fé em sua devoção. E mesmo longe de seus sacerdotes, Nos confins verdes, florestas sem par, Em cada canto, em preces e em votos, O coração de um povo a pulsar. Os dias duros, fome, solidão, Na ausência do pastor, a cruz amada, Era o consolo, a força, a oração, Que conduzia a vida abençoada. Nas madrugadas frias, orações, Clamavam por um dia que viria, A benção de Deus, nas procissões, Em cada olhar, a fé se revestia. E assim a crença fez-se a fortaleza, No peito dos que aqui foram plantar, A nova vida, em solo, natureza, Com a esperança em Deus a os guiar. A religiosidade era o alento, No seio das famílias, era luz, O santo na parede, um firmamento, O terço nas mãos, caminho e cruz. Sem sacerdote, o ...

Calar e Obedecer Sempre

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Calar e Obedecer Sempre Nos campos vastos, o sol já reluz, O povo veneto em dor trabalha, A terra é dura, o suor conduz, Calar e obedecer não se atrapalha. A Sereníssima, em glória antiga, Caiu em pó sob guerra cruel, A fome é feroz, ferida antiga, No peito que sofre destino fiel. Nos verdes campos, suor a correr, O veneto planta, mas não colhe, Seus sonhos murcham sem florescer, Obedecer é o que se escolhe. Sob o jugo de império alheio, A alma veneta em dor se cansa, Trabalha em campo, num chão cheio, Esperança morta, fé sem dança. De um tempo em que se almoçava e jantava, Restou só a fome, a dor que consome, No novo reino, o povo esperava, Mas não há comida, só há mais fome. O som dos sinos nas igrejas ecoa, Em prece fervente, o povo chora, A fé se mantém, mesmo quando doa, Pois em Deus confiam a toda hora. O senhor de terras, distante, ausente, O povo labuta por um sustento, A colheita é pouca, o lucro é rente, Calar e obedecer é o lamento. Na Itália unida, o sonho se esvai, A terra...

Por que Tivemos que Emigrar

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  Por que Tivemos que Emigrar Na Itália, um passado em pedaços, Reinos fragmentados, línguas mil, Unidos, mas perdendo seus abraços, Na miséria, o pranto é sempre hostil. No campo, a esperança já se esvai, Colheitas falham, o pão é escasso, O suor na terra não satisfaz, A pobreza nos cerca com seu laço. De Treviso, partimos com temor, Sonhando um Brasil de sol e paz, Mas o oceano traz a dor maior, E o futuro, incerto, ainda jaz. Os filhos, pequenos, no peito o ardor, Deixando o lar, a terra e a raiz, Buscando no Sul um novo labor, Onde a vida, quem sabe, se refaz. As montanhas nos acenam distantes, A saudade aperta o coração, Mas seguimos, esperançosos, errantes, Cruzando mares, sem volta ou perdão. Na Colônia, os primeiros passos, Com a enxada, o sonho vai surgindo, Aos poucos, vencemos os fracassos, Mas o coração segue insistindo. A Itália em nós é memória viva, No sangue corre a antiga paixão, Mas a terra nova nos cativa, É preciso crer na redenção. O inverno é rigor, o verão, a...

A Longa Travessia no Mar

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A Longa Travessia no Mar Sob vastos céus e nuvens vagabundas, o barco luta nas ondas com ardor, em mares amargos, esperanças fundas, a viagem longa e dura causa dor. A madeira range sob nossos pés, enquanto o vento uiva histórias velhas, em espaços estreitos e camas sem viés, vivemos noites escuras, tristes centelhas. O ar pesado de suor e sal, nos sufoca em suspiros exaustos, a esperança enfrenta todo mal, em dias longos, sonhos desfeitos e gastos. Ondas furiosas como monstros velhos, nos sacodem em danças cruéis, o mar nos abraça com laços breves, nesta travessia sem véus. Crianças choram em noites escuras, enquanto febres altas os devoram, mães rezam com mãos puras e seguras, na esperança de que os deuses os salvam. As estrelas pálidas sobre nós vigiam, testemunhas silenciosas da dor, enquanto ondas e ventos nos guiam, entre preces e gritos de amor. Marinheiros gritam ordens fortes, neste barco cheio de destinos, enquanto os doentes enfrentam mortes, lutando entre a vida e divinos. ...

A Saga dos Imigrantes Italianos no Brasil

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A Saga dos Imigrantes Italianos no Brasil  Em terras longínquas, Itália querida, A fome e a miséria fazem doer, Decidem partir, buscar nova vida, Deixando pra trás tudo o que é ser. Despede-se a gente com dor no olhar, Família e amigos, adeus sem retorno, Lágrimas caem, saudade a marcar, No peito, amor, pranto e entorno. Em barcos antigos, sem rumo e fim, Cruzam o oceano em busca de paz, Lotados, precários, temor sem fim, A travessia em tormenta se faz. No ventre de ferro, escuro e frio, Sonhos se apertam, a dor se inflama, Corpos cansados, espírito vazio, A morte espreita, o medo reclama. A terra à vista, destino ao sul, O Brasil distante, esperança e dor, Realidade dura, cenário cruel, Colônia isolada, sem nenhum ardor. Desembarcam enfim, chão tão árido, Enfrentam a falta, o desespero, Sem médicos, padres e auxílio ávido, A fé se esvai, o sofrimento é fero. Doenças assolam corpos sofridos, Crianças, velhos, sem redenção, A morte presente, sonhos perdidos, O pranto constante, deso...

Imigração Italiana no Brasil

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Imigração Italiana no Brasil Sob o peso da fome e da miséria, Nas terras da Itália, o pranto ecoa, Decidem partir, coragem e inércia, Em busca de vida que o sonho entoa. Despedem-se enfim, da pátria adorada, Família e amigos, adeus sem fim, Lágrimas caem, lembrança guardada, No peito a dor, esperança enfim. Em barcos decrépitos, lotação, Cruzam o oceano em desafio, Sufoco, tristeza, desolação, Na travessia do mar sombrio. No ventre de ferro, escuro, apertado, Almas se apertam, sonhos se vão, Corpos cansados, espírito irado, O medo constante, cruel solidão. A terra à vista, destino avistado, O Brasil distante, promessa vã, Realidade dura, chão suado, No Sul a colônia, vida malsã. Desembarcados em solo tão rude, Enfrentam a falta, deserto e dor, Sem médicos, padres, fé que ajude, A cura do corpo, alívio ao ardor. Doença que assola, corpos caídos, Crianças, velhos, sem ressurreição, A morte presente, lares perdidos, O pranto silente, desolação. Mas em meio à dor, surge a esperança, O olha...

Memória e Raízes Italianas no Brasil

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  Memória e Raízes Italianas no Brasil Deixamos nossa terra, mãe distante, buscando novo lar em mar bravio, mas o amor pela Itália é constante, mantém aceso em nós o desafio. Nas terras brasileiras, nosso encanto, cruzamos horizontes, corações, levando nossas histórias, nosso canto, nossas raízes, nossas tradições. Na cozinha, o aroma do tempero, recorda sabores do passado, cada receita é um elo sincero, um laço de amor sempre renovado. Os avós contam histórias de outrora, de vilas, montanhas, vinhedos, cada palavra é joia, é aurora, mantendo vivos antigos segredos. Nos festivais, danças em harmonia, vestidos coloridos, alegria, tradições vivem na melodia, um elo eterno, pura magia. A língua italiana que ressoa, é música que o tempo não apaga, em cada palavra, a alma ecoa, um amor que o coração embala. Na fé, seguimos com devoção, santos, festas, pura emoção, nossa cultura é uma oração, um vínculo forte, uma união. Nas escolas, ensinamos com carinho, histórias de um passado glorios...

Odisseia em Terra Estrangeira

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  Odisseia em Terra Estrangeira Nos dias escuros, em terras distantes, com corações partidos e olhos cheios, buscamos abrigo em vales errantes, em prantos silentes, sonhos alheios. A nova pátria nos recebeu com firmeza, com braços de vento e pedras duras, e o sol se punha com grande destreza, enquanto os sonhos viravam estruturas. Mãos calejadas, de velhos e filhos, cavavam a terra com esperança, entre vinhedos e campos tranquilos, tentando encontrar na vida a dança. Suspiros noturnos sob céus sem fim, contam histórias de dores passadas, de vidas partidas, amores assim, nas sombras das novas jornadas. Com o eco distante dos montes natais, nas noites frias que nos envolviam, buscávamos estrelas em céus siderais, num mundo que nos desafia. As vozes de casa, em tons delicados, como cantos de sereias ao longe, mas a fé nos corações, braços alados, e em silêncio enfrentamos o horizonte. As crianças brincavam entre campos e flores, ignorando o passado de dor, seus sorrisos, como lâmpadas...

Medicina e Médicos - A Arte de Curar

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  Medicina e Médicos - A Arte de Curar Na vasta encruzilhada da existência humana,  Onde o corpo e a alma encontram a esperança,  Os médicos erguem sua lança,  Na luta contra a dor e a desesperança. Em seus jalecos brancos, como heróis da ciência,  Mergulham no oceano da experiência,  Navegando mares de incerteza,  Buscando curar com destemor a tristeza. A medicina, arte milenar de curar,  Nas mãos dos doutores, a vida a acalentar,  Pois mesmo quando a cura não alcança,  A dor da alma, a medicina extravasa. Na frieza do estetoscópio e na precisão do bisturi,  No eco do diagnóstico, no calor da sala de parto,  Os médicos, com coragem, encaram o futuro,  Com a promessa de alívio, de um tempo mais farto. O estetoscópio é o violino da melodia do coração,  Que toca a canção da vida, em cada respiração,  No eco dos batimentos, a esperança se renova,  O médico, poeta do corpo, a história escreve e comprova. Nas par...