O Grande Êxodo
O Grande Êxodo
Nos campos vastos da Itália em dor,
Onde outrora a vida florescia,
Agora reina o frio e o pavor,
E a fome a todos consumia.
Os filhos de Roma, em busca de abrigo,
Deixam a terra que os viu nascer,
Nas lágrimas, encontram um perigo,
E no mar a esperança a se perder.
Em portos cheios de desespero,
Ouvem-se preces ao entardecer,
O povo clama por destino fero,
Que os faça longe o pão merecer.
Os barcos partem sob o céu cinzento,
Levando sonhos, vidas, coração,
Na despedida, fica o sentimento,
De quem jamais verá sua nação.
As águas vastas guardam seus lamentos,
Num horizonte de incerteza e dor,
Onde se perdem tantos pensamentos,
De quem buscava só algum amor.
Mas nos seus olhos brilha uma centelha,
Uma chama que o vento não apaga,
E mesmo longe, a alma é centelha,
Que na luta, a liberdade alaga.
Os imigrantes, em terras distantes,
Enfrentam o solo rude e o labor,
Construindo com mãos vacilantes,
Um novo mundo, com suor e amor.
E assim, na epopeia que se narra,
Sobrevive o espírito ancestral,
Dos italianos que o vento amarra,
A terras novas, destino final.
E ao final, quando o tempo apagar,
As dores de um povo a sofrer,
Ficará a memória a brilhar,
De quem, no êxodo, soube vencer.