Labuta na Mata


 

Labuta na Mata


Ao amanhecer, os campos se estendem,

A terra virgem, o suor reclama,

Nas mãos cansadas, sonhos se dependem,

No horizonte, uma esperança inflama.


A mata densa envolve o novo lar,

Isolamento em sombras, sussurrante,

Nos lotes amplos, começa o plantar,

Em cada sulco, um futuro vibrante.


O sol ardente marca a pele dura,

Longas jornadas, braços não se rendem,

A resiliência é força que perdura,

Na roça a vida e a fé se estendem.


Nas noites frias, fogueiras aquecem,

Histórias de um passado deixado,

Corações que na saudade enlaçam,

Na nova terra, um sonho almejado.


O solo fértil acolhe a semente,

Brota a esperança em cada amanhecer,

A cada colheita, a luta latente,

Nos frutos colhidos, o sobreviver.


As mãos calejadas, o rosto cansado,

A vida simples, dura realidade,

Mas nos olhares, o brilho guardado,

Reflete a força e a tenacidade.


Crianças correm livres pelos campos,

Aprendem cedo a vida do labor,

O futuro se constrói em tantos ramos,

Nas mãos pequenas, a promessa e o valor.


Os rios largos, as matas sombrias,

Desafios diários, nunca ausentes,

Mas a coragem, em noites frias,

Aquece os sonhos, torna-os mais clementes.


Os laços se formam, vizinhos se ajudam,

Em cada gesto, a união cresce,

O isolamento aos poucos se dilui,

E a comunidade nova floresce.


Cada estação traz seu próprio desafio,

Do verão quente ao inverno rigoroso,

Mas cada ciclo é vivido com brio,

Na roça a vida é um caminho penoso.


As festas simples, celebração sincera,

Cada conquista, motivo de alegria,

Na roça a vida é dura, mas sincera,

No esforço diário, a alma se irradia.


A saudade dos entes deixados,

No peito arde, mas também conforta,

A nova terra é agora lar sagrado,

Onde a vida luta e a esperança aporta.


Nas preces murmuradas ao entardecer,

A gratidão pelo pão conquistado,

No horizonte, o sol a adormecer,

Um novo dia sempre é aguardado.


Os dias passam, os anos se vão,

Mas na memória, a luta permanece,

A história escrita com suor e pão,

De gerações futuras, herança que enobrece.


A vida na roça é um cântico puro,

De trabalho árduo, de fé renovada,

Na simplicidade, o mais alto auguro,

De um povo forte, de uma luta amada.