Destinos de Pioneiros na Serra Gaúcha


 

Destinos de Pioneiros na Serra Gaúcha


Entre montes de verde imaculado,

Chegaram os filhos da Itália amada,

Sonhando com um futuro abençoado,

Nas terras do Sul, de vida abastada.


Na Colônia Caxias, tão distante,

Abriu-se em desafios e esperanças,

Na luta constante, a força avante,

Firmando raízes, tecendo mudanças.


Em Dona Isabel, saudade insistente,

Dos campos floridos deixados pra trás,

Isolados, porém sempre persistente,

Viveram os sonhos, plantaram a paz.


Nas terras de Conde D'Eu, pioneiros,

Ergueram seus lares com fé e labor,

Com mãos calejadas e olhos ligeiros,

Superaram tormentas, dores e dor.


A Quarta Colônia, marco de luta,

Onde o solo era duro e inóspito chão,

Cada lágrima e riso eram conduta,

De um povo que ansiava por união.


Em cada colônia, um conto guardado,

De dias difíceis e noites sem fim,

Isolados, mas nunca derrotados,

Forjaram destino, erguendo um jardim.


No calor abrasante do verão,

Ou no frio cortante das madrugadas,

O suor dos imigrantes no chão,

Regava esperança em jornadas.


Cada carta da Itália trazia,

Fragmentos de um lar que já se foi,

E a saudade, em brasa, renascia,

Nos corações, um fado que se impôs.


Os entes queridos, lembrança viva,

Em preces e canções, jamais esquecidos,

A dor da distância, porém cativa,

Unia corações em sonhos queridos.


Por entre vinhedos e parreirais,

Criaram riqueza, colhendo o labor,

Os pioneiros, em seus ideais,

Floresceram em meio a tanto ardor.


As vilas cresceram, o tempo passou,

Histórias de vida, lutas sem fim,

E a herança de um povo que sempre lutou,

Vive nas veias de um sangue afim.


Na serra gaúcha, onde tudo começou,

O eco dos passos de quem primeiro,

Marcou o destino e ali plantou,

Sonhos e esperanças, em solo estrangeiro.


As dificuldades forjaram o aço,

De um povo que em busca de novo lar,

Enfrentou cada dor, cada espaço,

Com coragem e vontade de prosperar.


Hoje, suas memórias permanecem,

Nos gestos, nas festas, na tradição,

Os pioneiros, que tanto merecem,

Nos deixaram um legado de gratidão.


No silêncio das noites estreladas,

Em meio às colônias, canções de amor,

Ecoam histórias jamais apagadas,

Dos imigrantes, seu eterno louvor.