Solidão: A Poesia Entre Silêncios

 


Solidão: A Poesia Entre Silêncios


Na quietude da noite, a alma vaga,

Em brumas de silêncios se envereda,

A dor em cada canto se propaga,

No eco solitário, a voz se seda.


Nas sombras, a lua observa calada,

Seu brilho suave, um toque singelo,

Enquanto a solidão, em noite alada,

Revela um coração, seu desmantelo.


Estrelas no céu, testemunhas frias,

Do vazio que assola o ser dorido,

Em noites sem fim, tais melancolias,

Tornam o viver um tanto sofrido.


O quarto vazio, um santuário ermo,

Memórias antigas guardam-se ali,

A saudade grita, um constante termo,

Na solidão do tempo, um frenesi.


Na multidão, os rostos se desfazem,

Sorrisos mascarados, o que ocultam?

No meio do tumulto, a dor refazem,

E as mágoas na alma solitária pulsam.


Na natureza, o vento confidente,

Segredos murmura à árvore alta,

O rio segue seu curso persistente,

A solidão na paisagem se exalta.


Na tela brilhante, um mundo diverso,

Conexões digitais, frias e vãs,

A solidão, em silêncio submerso,

Encontra razões nas redes e afãs.


Em solidão, o ser se descobre inteiro,

Mergulha profundo em seu interior,

A solitude é mestre e mensageiro,

Do autoconhecimento e seu valor.


Sonhos florescem no peito isolado,

Criatividade brota na calma,

No vazio, o espírito é convidado,

A ser poeta, a dar voz à alma.


A solidão, amiga inevitável,

No palco da vida, um papel constante,

Em versos sinceros, torna-se estável,

Mostra-se na poesia, penetrante.


Que a solidão revele uma beleza,

Em meio ao silêncio, a luz se faz,

Na solidão, que se erga fortaleza,

E que na cruz do poeta, a paz traz.


No caminhar solitário, há um sentido,

Entre silêncios, um espaço se faz,

O coração, ainda que ferido,

Encontra na poesia, sua paz.


Entre sombras e luzes, a jornada,

Revela o mistério de ser só,

A poesia torna-se ali guardada,

Um refúgio, um consolo, um pó.


Que a solidão, com sua sabedoria,

Nos ensine a ver o mundo além,

Que em versos, surja a melancolia,

Transformada em beleza, sempre aquém.


E assim, na solidão que nos rodeia,

Encontremos a essência do viver,

Que cada verso, como estrela, enleia,

E ilumine a noite do nosso ser.