Sussurros da Melancolia
Sussurros da Melancolia
Na sombra fria da noite estendida,
A melancolia vagueia sem rumo,
Em silêncio, a alma se despedida,
E o coração bate em compasso de luto.
O vento sopra os ecos do passado,
Envolto em névoa, o tempo se desfaz,
E a tristeza, como um véu, é revelado,
Cobrindo a paisagem em tons de lilás.
Nas entrelinhas dos suspiros solitários,
As lágrimas se misturam ao orvalho,
E os sonhos, outrora tão necessários,
Agora se desvanecem como um baralho.
Oh, melancolia, teu manto sombrio,
Envolve a mente em teias de saudade,
E na solitude, o coração vazio,
Busca conforto na própria ansiedade.
Nos cantos escuros da alma inquieta,
Ecoam os lamentos do sofrimento,
E a esperança, frágil e incompleta,
É apenas um vislumbre do tormento.
Caminho pelo vale da desolação,
Onde as sombras dançam em desatino,
E a melancolia, em sua imensidão,
É a única companhia neste destino.
Mas mesmo na escuridão mais profunda,
A luz da poesia brilha timidamente,
E no coração, a chama que se inunda,
Resiste bravamente à melancolia presente.
Então, ergo a pena em meio à escuridão,
E com palavras, tecerei meu refúgio,
Pois na melancolia, encontro inspiração,
Para transformar em versos todo o desafio.
Assim, neste poema, deixo registrado,
Os suspiros de uma alma melancólica,
E nas entrelinhas, o eterno enigma,
Da beleza que reside na tristeza lírica.