O Tempo

 



O Tempo

No silêncio do tempo, suspenso no éter, 
Entre estrelas que dançam, o destino a tecer. 
Tempo, artífice invisível, entrelaça fios de prata, 
No céu sensível, uma trama que desata.

Sobre as asas da aurora, o sol lentamente se ergue, Desperta a terra do repouso, qual sonho que urge. 
Os dias escapam como pétalas ao vento, 
No canto eterno de um tempo sempre atento.

No crepúsculo dourado, o poente sussurra, 
Histórias ancestrais gravadas nas pedras da penumbra. 
Sombras se estendem, o dia se desfaz, 
Enquanto o tempo, impávido, o mundo desfaz e refaz.

Nas noites estreladas, o tempo se torna sonho, 
Uma odisseia sem fim, uma jornada que se entronca. As agulhas do relógio marcam o passo, 
Mas na alma, o tempo dança sem embaraço.

As estações se sucedem como atores num palco, 
A primavera dança com o perfume a desabrochar. 
O verão abraça o calor, o outono o ocaso, 
E o inverno, no abraço gélido, o tempo se despedaça.

Entre as linhas dos dias, uma história se traça, 
Um conto sem fim de alegrias e tristezas que abraça. Tempo, o maestro que conduz a melodia, 
Revela o mistério da existência, sua magia.

Cada ruga no rosto conta um segredo, 
Escrito pelas mãos do tempo, em seu enredo. Experiências entrelaçadas como fios dourados, 
Num tapeçar de vida, de dias embalados.

O passado, livro aberto na estante, 
O presente, tela branca a transmutar adiante. 
O futuro, sombra que se estende na estrada, 
No labirinto do tempo, a vida se faz desejada.

Tempo, rio que flui incessante, 
Levando consigo sonhos e amores, vibrante. 
Nas águas fluídas do tempo, mergulhamos, Navegando correntezas, esperanças acalentamos.

E assim, no canto eterno deste universo, 
Nos perdemos e nos encontramos, verso a verso. Tempo, onda que beija a costa com ternura, 
Sussurra aos ouvidos: a vida é sua escultura.