Cantiga na Seca


 

Cantiga na Seca


No chão ressequido, a sede suplica,

Sertão em clamor, no silêncio arde,

Rio de saudade, onde a esperança explica,

A secura que corta, como lâmina tarde.


Cisternas vazias, ecoam desalento,

A terra rachada, versos de agonia,

Na falta d'água, murmúrio lento,

Sertanejo em prece, na estiagem sombria.


Sob o sol escaldante, a terra geme,

Testemunha do drama que a natureza traz,

Sertão sedento, poesia que titila.


No horizonte, a esperança que freme,

Na promessa de chuva, sertanejo faz,

Versos de fé, na seca que humila.